quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vá com Deus, minha eterna rainha!



Prezados amigos e leitores,

Boa noite!

O dia hoje estava agradável apesar do calor insuportável que fazia na rua.

Hoje não vou escrever um texto como na maioria das vezes, é mais um desabafo.

Não sei quantos de vocês sabem, mas na terça-feira (28/10) após o segundo turno das eleições minha avó materna veio à falecer.

Demorei para escrever sobre isso porque não acho que as pessoas mereçam homenagens após a sua morte, mas enquanto ainda estão vivas.

Minha avó sempre recebeu diversas homenagens de seus familiares e amigos, lembro bem disso.

Também não demorei por não saber o que escrever, estava apenas dando um tempo para que a dor e a saudade virassem algo no mínimo suportável, pois sei que inexistente ela (saudade) nunca será.

Minha avó era o tipo de pessoa que sempre carregou consigo um sorriso no rosto, era de uma fé inabalável e de uma cultura surpreendente. Sempre com seu terço nas mãos, era a sabedoria em pessoa e apesar de analfabeta sempre tinha ótimos conselhos. Uma senhora maravilhosa que com certeza foi direto para o céu, olhar lá de cima por nós junto com Deus e não há quem possa dizer que ela não era uma Santa.

Com toda sua humildade e simplicidade, criou doze filhos e os filhos deles, educou-os com tudo que aprendera com a vida. E QUE vida... Sofreu bastante. Desde a sua infância a vida nunca foi fácil para ela, passou fome e muitas vezes abriu mão de algo que queria muito para ver outra pessoa feliz.

Apesar de pouco mais de uma semana de sua partida, a dor ainda toma conta da nossa família, o nó na garganta e a voz embargada ao falar nela são difíceis de disfarçar, o coração apertado e o peito parecendo que vai explodir tornam nossos dias apenas provas de superação.

É impossível conter as lágrimas ao lembrar que há pouco mais de oito dias estivemos juntos, rimos, conversamos, tomamos café e almoçamos. Nada disso se repetirá, não aqui na Terra.

As lembranças guardadas são apenas as melhores, o que torna tudo ainda mais complicado.

Saber que nunca mais teremos nosso diálogo pela manhã: “- Caio, quer Nescau?”, “- Não vó, obrigado!”, “- Mas, se eu arrumar você bebe?”.

Saber que nunca mais a verei almoçar, lavar o prato correndo e vir trazer para que eu pudesse me juntar aos meus tios à mesa (ela almoçava MUITO cedo).

Saber que chegarei em Porciúncula e não a verei sentada na sala estourando plástico bolha como adorava fazer, ou assistindo à novela, ou até mesmo quietinha, pensando na vida com a serenidade que Deus lhe deu, faz com que toda a graça que eu via na minha terrinha querida se perca e que as lembranças doam profundamente.

Sei que ela não ia querer nos ver sofrendo desse jeito, nem deixando a dor falar mais alto, mas simplesmente perdemos nosso porto seguro, nossa estrela guia, a nossa “vóziquinha”.

Vê-la naquele caixão era de partir o coração, por mais que pudéssemos notar a tranquilidade presente no rostinho dela, mas nada me doeu mais do que carregar o caixão (fiz questão) e ao chegar no túmulo ver o coveiro colocando a última pá de cimento para vedá-lo.

Ela adorava receber cartas, apesar de nunca ter aprendido a ler. Lembro-me o quanto a garotada ficava irritada por ter que esperá-la voltar da missa nos Natais, afinal, amigo oculto sem a presença da matriarca não pode ela estava lá orando por cada um de nós. Sempre distribuiu saquinhos de bala no dia de São Cosme e São Damião (dia do aniversário dela também). Adorava contar histórias e ria demais quando contávamos as nossas. Ficava MUITO feliz ao ver a família unida e reunida nos Natais durante os amigos-ocultos.

Mais uma vez a senhora conseguiu reunir a família toda, mas infelizmente essa foi a última vez que nos despedimos.

É vó, a senhora já faz MUITA falta aqui.

Sinto não poder tê-la curtido tanto quanto queria, quanto devia, mas sei que fiz tudo o que pude para vê-la feliz. Sei que ela foi em paz e não sofreu com a partida. Sei que a dor é inevitável, mas não é eterna. Sei que um dia estarei com ela novamente e que lá do céu ela está olhando por cada um de nós.

Bom, já estou com o rosto molhado pelas lágrimas, então, vou ficando por aqui, meus amigos.

Vózinha, eu te amo demais e jamais a esquecerei!

Agradeço desde já o apoio, os comentários e a divulgação de todos que acompanham e seguem o NOSSO blog sempre, seja aqui ou pela página no Facebook.

Fiquem com Deus e até a próxima publicação.

Beijos do amigo,

Caio Dutra Fonseca Lontra (Cadu)