Prezados amigos e leitores,
Boa noite!
O dia hoje estava agradável apesar do calor insuportável que
fazia na rua.
Hoje não vou escrever um texto como na maioria das vezes, é
mais um desabafo.
Não sei quantos de vocês sabem, mas na terça-feira (28/10)
após o segundo turno das eleições minha avó materna veio à falecer.
Demorei para escrever sobre isso porque não acho que as
pessoas mereçam homenagens após a sua morte, mas enquanto ainda estão vivas.
Minha avó sempre recebeu diversas homenagens de seus
familiares e amigos, lembro bem disso.
Também não demorei por não saber o que escrever, estava
apenas dando um tempo para que a dor e a saudade virassem algo no mínimo suportável,
pois sei que inexistente ela (saudade) nunca será.
Minha avó era o tipo de pessoa que sempre carregou consigo
um sorriso no rosto, era de uma fé inabalável e de uma cultura surpreendente.
Sempre com seu terço nas mãos, era a sabedoria em pessoa e apesar de analfabeta
sempre tinha ótimos conselhos. Uma senhora maravilhosa que com certeza foi
direto para o céu, olhar lá de cima por nós junto com Deus e não há quem possa
dizer que ela não era uma Santa.
Com toda sua humildade e simplicidade, criou doze filhos e
os filhos deles, educou-os com tudo que aprendera com a vida. E QUE vida... Sofreu
bastante. Desde a sua infância a vida nunca foi fácil para ela, passou fome e
muitas vezes abriu mão de algo que queria muito para ver outra pessoa feliz.
Apesar de pouco mais de uma semana de sua partida, a dor
ainda toma conta da nossa família, o nó na garganta e a voz embargada ao falar
nela são difíceis de disfarçar, o coração apertado e o peito parecendo que vai
explodir tornam nossos dias apenas provas de superação.
É impossível conter as lágrimas ao lembrar que há pouco mais
de oito dias estivemos juntos, rimos, conversamos, tomamos café e almoçamos.
Nada disso se repetirá, não aqui na Terra.
As lembranças guardadas são apenas as melhores, o que torna
tudo ainda mais complicado.
Saber que nunca mais teremos nosso diálogo pela manhã: “- Caio, quer Nescau?”, “- Não vó,
obrigado!”, “- Mas, se eu arrumar você
bebe?”.
Saber que nunca mais a verei almoçar, lavar o prato correndo
e vir trazer para que eu pudesse me juntar aos meus tios à mesa (ela almoçava
MUITO cedo).
Saber que chegarei em Porciúncula e não a verei sentada na
sala estourando plástico bolha como adorava fazer, ou assistindo à novela, ou
até mesmo quietinha, pensando na vida com a serenidade que Deus lhe deu, faz
com que toda a graça que eu via na minha terrinha querida se perca e que as
lembranças doam profundamente.
Sei que ela não ia querer nos ver sofrendo desse jeito, nem
deixando a dor falar mais alto, mas simplesmente perdemos nosso porto seguro,
nossa estrela guia, a nossa “vóziquinha”.
Vê-la naquele caixão era de partir o coração, por mais que
pudéssemos notar a tranquilidade presente no rostinho dela, mas nada me doeu
mais do que carregar o caixão (fiz questão) e ao chegar no túmulo ver o coveiro
colocando a última pá de cimento para vedá-lo.
Ela adorava receber cartas, apesar de nunca ter aprendido a
ler. Lembro-me o quanto a garotada ficava irritada por ter que esperá-la voltar
da missa nos Natais, afinal, amigo oculto sem a presença da matriarca não pode
ela estava lá orando por cada um de nós. Sempre distribuiu saquinhos de bala no
dia de São Cosme e São Damião (dia do aniversário dela também). Adorava contar
histórias e ria demais quando contávamos as nossas. Ficava MUITO feliz ao ver a
família unida e reunida nos Natais durante os amigos-ocultos.
Mais uma vez a senhora conseguiu reunir a família toda, mas infelizmente essa foi a última vez que nos despedimos.
É vó, a senhora já faz MUITA falta aqui.
É vó, a senhora já faz MUITA falta aqui.
Sinto não poder tê-la curtido tanto quanto queria, quanto
devia, mas sei que fiz tudo o que pude para vê-la feliz. Sei que ela foi em paz
e não sofreu com a partida. Sei que a dor é inevitável, mas não é eterna. Sei
que um dia estarei com ela novamente e que lá do céu ela está olhando por cada
um de nós.
Bom, já estou com o rosto molhado pelas lágrimas, então, vou
ficando por aqui, meus amigos.
Vózinha, eu te amo demais e jamais a esquecerei!
Agradeço desde já o apoio, os comentários e a divulgação de
todos que acompanham e seguem o NOSSO blog sempre, seja aqui ou pela página no Facebook.
Fiquem com Deus e até a próxima publicação.
Beijos do amigo,
Caio Dutra Fonseca Lontra (Cadu)